29 de abr. de 2008

* AMADO CAIO FERNANDO ABREU ...


- Mas nao seria natural.
- Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.
- Natural é encontrar. Natural é perder.
- Linhas paralelas se encontram no infinito.
- O infinito não acaba. O infinito é nunca.
- Ou sempre.


trecho de "O dia que Jupiter encontrou Saturno"
Morangos Mofados - Caio Fernando Abreu

27 de abr. de 2008

Paz, eu quero paz
ja me cansei de ser a ultima a saber de ti
se todo mundo sabe quem te faz chegar mais tarde
eu ja cansei de imaginar voce com ela
diz pra mim
se vale a pena amor
a gente ria tanto desses nossos desencontros
mas voce passou do ponto
e agora eu ja nao sei mais
eu quero paz
quero dançar com outro par
pra variar amor
nao dá mais pra fingir que ainda nao vi
as cicatrizes que ela fez
se dessa vez ela é
senhora desse amor
pois va embora por favor
que nao demora pra essa dor sangrar


A outra - Los Hermanos

25 de abr. de 2008

Sofia me deixou

Sofia me deixou. Me deixou e levou com ela meu sossego, minha calma. Levou meu sono. Há mais de duas horas que rolo de la pra ca entre esses mesmos lençóis contaminados com aquele cheiro suave doce, com aquela marca de batom rosado no travesseiro. As cortinas continuam sujas pelo amarelado da fumaça daquele mesmo cigarro de Sofia. Ela partiu e deixou tudo. Tudo mesmo. Até seu cinzero favorito em forma de girassol.

23 de abr. de 2008

Chora Isabella, chora ...

E mais uma vez, depois de passados vinte e quatro dias, liguei a TV e na legenda da reportagem um novo capitulo sobre a novela da pequena Isabella Nardoni.

Nessas quatros semanas o que escutamos incansavelmente é sobre o caso do pai que jogou (ou não!) a bendita (ou maldita, sei la) menina do sexto andar de um edifício de luxo. O assunto repercutiu mundialmente e foi exibido em programas de todos os gêneros: entretenimento, jornalismo, sensacionalismo, e programas de maiores e menores audiências - lembrando que a Coca-Cola para exibir um comercial de 30 segundos no horário nobre (horário do fantástico) gasta milhões pelo Merchant, enquanto os bonecos ganham 40 minutos de graça para contarem seu conto de fadas. Impressionante.

Depois disso fiquei pensando comigo sobre a capacidade do jornalismo sensacionalista de prender atenção do telespectador, como essas novelas da globo que demoram meses para exibir o ultimo capitulo revelando o vilão da trama, e enquanto isso enganam o telespectador com provas, suspeitos e pericias e ainda passam a novela inteira com a mesma pergunta “Quem matou fulano de tal ?...”

Tudo bem, eu concordo que foi uma barbaridade o que fizeram com aquela criança, ser arremessada de uma altura de 20 metros pelo pai (veja bem, ou não) é um absurdo! Mas ai eu me questiono: E as crianças que morrem todos os dias de fome, sem ter uma única migalha de pão pra comer ? E as que morrem todos os dias movidas pelo trafico crescente de drogas? E as outras milhões de crianças que vão para as ruas por serem agredidas por pais, mães, padrastos e madrastas? Quem vai responder quem foi o culpado pela falta de escolaridade daquela criança? Daquele infeliz?

As respostas para essas perguntas não são preocupantes. Afinal são todos pobres, e isso acontece diariamente. Já virou rotina. O brasileiro não gosta de rotina, gosta de novidade, coisa nova. Brasileiro gosta de prédio de luxo e não de favela. O brasileiro é um povo novela (o maior do mundo), o povo que cuida da vida dos outros, o que cuida da vida dos ricos.

Mas chega, tem hora que cansa. A menina onde quer que esteja não consegue se quer descansar. Deixe a menina ter paz. Se foi realmente o pai e a MÁdrasta, prende (diga-se de passagem - deixe que eles sejam muito bem tratados na prisão) e pronto. Acabou.

Chega de sensacionalismo na TV. Chega de novela da vida real. Chega de mistério e drama. Existe milhões de outras perguntas que aguardam com ânsia uma resposta, já parou para pensar quem vai respondê-las? Então...



Obs: Eu fico puta ! Eu, como milhares de pessoas, ja estou cansada dessa mesma história, mas justamente por causa desse jornalismo sensacionalista eu não consigo parar de acompanhar o caso ...

16 de abr. de 2008

Diálogo 2

- Vai me acompanhar por todo o tempo agora?
- Aham, vou.
- E posso saber o motivo?
- Sou sua única companhia agora.
- Mais e o medo?
- O medo? Esse foi embora e me trouxe unido com a certeza.
- A certeza da solidão?
- Sim Sim espertinha!
- Mas a solidão não é má?
- Nem sempre. Quando as pessoas me escolhem eu posso machucar ou não.
- Mas eu não escolhi viver com você.
- Escolheu sim, não se lembra?
- Não! Quando escolhi sua companhia?
- Escolheu quando mandou embora a amizade e amor naquela tarde cinzenta de um domingo. Conseguiu lembrar?
- Infelizmente sim. Mas eu gostava tanto deles. É que aquele dia eu estava tão brava, chateada que não queria ninguém perto de mim, mas era só aquele dia... Já sei ! vou pedir perdão a eles.
- Você não lembra que se esqueceu do perdão ha muito tempo também?
- Ai, é verdade. Mas eu não sei o que faço agora. Quero todos eles perto de mim novamente, me sentia tão mais alegre..
- Agora é tarde garotinha, devia ter pensado nisso antes. Não tem como voltar atrás ... Nunca mais.

Elo

E ontem eu descobri que algumas pessoas são realmente formadas por elos. Como se estivessem em uma violenta conexão, ligação, juntas em nó. Juntas como sem quere, mais por querer. Mesmo separado, separando, sempre juntas.

Juntas na distancia, ou na proximidade distante, naqueles casos em que perto só é possível sentir a quentura da alma de outrem, chegando bem próximo da sua. Abraçado deitado, experimentando apenas o puro efeito da paz. Corpos separados. Almas juntas. Sempre, até mesmo sem querer.

Pessoas entrelaçadas por um elo não se desatam jamais. Brigas, discussões, separações não significam nada e não ofertam chances de desprender esse nó. Afastamento até existe, mas com aperto no peito, solidão e sempre com certa gota de amargura.

É estranho pensar que mesmo odiando, esta amando. Mesmo evitando, a saudade permanece ao lado gritando. Que mesmo tão longe, está tão perto. O elo faz com que as pessoas se completem, se aperfeiçoem, e principalmente se aprimorem. Ele traz felicidade todo o tempo. Leva frieza, e uma infinidade de anseios pra bem longe do amor, da paz e da vida serena.

Agradeço por saber quem é meu elo, quem me completa e quem me faz feliz apenas pela existência. Por toda existência. Mesmo longe, sei quem vai me arrancar derradeiros e verdadeiros sorrisos por todo tempo.

Um elo não se escolhe, não se cria. Ele apenas existe. Aparece e é descoberto quando menos destinado. É possível que todos tenham um. Conhecido ou não.

Cedo ou tarde, quando conhecer uma pessoa, a pessoa certa, com certeza sentira que é aquela. É aquela que possui uma ligação com você, uma ligação dessa e de vidas posteriores também. Aquela que esta junto todos os dias, mas que você sempre almeja ver mais e mais. Aquela que deseja amar incondicionalmente todos os dias até o fim da longa vida. Aquela que te completa e que consegue ser a única a te dar a maior parte da felicidade do mundo.